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Adjunto Adverbial

  • fabiaraujoletras
  • 9 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

Falamos sobre objeto direto e objeto indireto (os chamados complementos verbais) e sobre verbos transitivos e intransitivos na postagem anterior. Ao final, eu lancei um desafio relacionado à frase abaixo:

"Luana caminhou pela rua."

Vamos pensar sobre o termo "pela rua": por que ele foi utilizado? Qual sua função nessa frase? Ele está ligado ao verbo? De que maneira? Bem, claro que quem caminha, caminha por algum lugar - a rua, o chão, a calçada, a grama etc. Entao o termo "pela rua" está ligado ao verbo "caminhar". No entanto, existe transitividade nesse verbo? Ou ele encerra-se em si mesmo? Vamos retirar o termo "pela rua" da frase e dizer apenas "Luana caminhou." Assim fica mais fácil ver que não há transitividade. O verbo encerra em si mesmo o ato de caminhar, de andar. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos deduzir que "pela rua" não é um objeto, já que a expressão é um acessório da frase, o qual está tornando a imagem desse caminhar mais nítida. Também podemos perceber uma semelhança em relação à função do adjunto adnominal, sobre o qual falamos aqui. Afinal, o adjunto adnominal não tem também essa função acessória?

Pois é, "pela rua", na frase que utilizei como exemplo, também é um adjunto. A diferença é que o adjunto adnominal nos informa uma qualidade ou estado de alguma coisa, funcionando como um adjetivo. Já o termo "pela rua" está fornecendo as circunstâncias dentro das quais a ação que esse verbo expressa ocorreu. Estamos falando, então, de um adjunto adverbial, que funciona não como um adjetivo e sim como um advérbio. Acho que deu para entender como identificar os adjuntos adverbiais e ver que, embora tenha a mesma função de individualizar alguma outra palavra, caracterizá-la e tornar mais nítida sua imagem em nossa mente, eles se diferenciam dos adjuntos adnominais porque, ao invés de atuar fornecendo uma qualidade ou estado de alguma coisa, fornece alguma indicação sobre, por exemplo, como, quando, onde, por quanto tempo, em que ordem, por que ou com que intensidade alguma ação ocorreu. E de acordo com a qualidade de cada uma dessas indicações, nós podemos enquadrar o adjunto adverbial numa classificação igual à que usamos para os advérbios em geral: de modo, de tempo, de lugar, de intensidade e assim por diante! Agora, adjuntos adverbiais podem aparecer junto a palavras que não expressam ações - isto é, junto a palavras que não são verbos? Vamos fazer um teste:

Do mesmo modo o adjunto adverbial também pode aparecer qualificando adjetivos, como na frase: "Ela é particularmente bonita". Mas o mais importante a ter em mente é isso que temos procurado fazer até aqui: compreender o papel dos advérbios dentro das frases e como eles podem ajudar a especificar as condições circunstanciais que desejamos expressar. Esta semana falamos de vários elementos que são partes integrantes das orações segundo a Análise Sintática que fazemos em Gramática: sujeito, objeto, adjunto etc. Mas no meio de todo o pensamento que fomos desenrolando, eu utilizei também muitos conceitos de Morfologia, que é o estudo das classes gramaticais: substantivo, artigo, preposição, advérbio... antes de continuarmos falando de Sintaxe, vamos tentar pensar juntos numa maneira nova de entender esses conceitos? Retomamos então deste ponto, na próxima semana! Um abraço e até lá!


 
 
 

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